quinta-feira, 29 de setembro de 2016

PARTE II - A obra "Assim falou Zaratustra" - O super homem

Nietzsche ao anunciar a morte de Deus considera o progressivo desaparecimento na cultura do homem moderno de todas as filosofias, religiões ou ideologias que antes o iludiam e serviam para consolá-lo. O super-homem não necessita mais de ilusões tranquilizadoras porque o espírito dionisíaco aceita a vida com o seu caos intrínseco e ausência de sentido. Essa atitude propõe ao homem um novo estado e condição, em que haja alegria em aceitar a vida na sua totalidade e, também a morte.  Matar Deus significa libertar-se das cadeias do mundo sobrenatural, ser capaz de viver sem falsas esperanças.
O super-homem, para Nietzsche, é aquele que se permite ir além da racionalidade, que despreza todo valor ético inerente a princípios religiosos, ao viver em um mundo dionisíaco, que reconhece a ilusão contida em todas as filosofias e que consegue perceber o tempo como um eterno retorno.

Na ideia de super-homem, a verdade só pode ser compreendida em uma experiência original do pensamento que se pode experimentar, colocando o homem no controle de sua existência em busca de excelência. A vida passa a ser amada, pois o homem se assume como ele é, em sua condição corpórea, mundana, finita e histórica, mas que pode através da coragem superar-se, tornando-se cada vez mais forte.
Nietzsche através do personagem Zaratustra, destaca que o homem atual, é somente uma corda estendida sobre um abismo, entre a sua origem imperfeita, irracional, submissa e a possibilidade de superação de si mesmo, ou seja, de tornar-se super-homem.
Para o filósofo essa travessia é perigosa, pois implica ao homem uma profunda mudança da sua condição humana. O super-homem é aquele que é capaz de escutar a voz do corpo, da natureza e dos instintos, de desprezar a atual condição humana que busca incessantemente a felicidade ao procurar andar segundo princípios morais, racionais, religiosos, éticos, que para ele são obstáculos que devem ser transpassados, a fim de alcançar a si mesmo.
Nietzsche exalta aquele que age intensamente que se lança na sua humanidade, e unindo-se a natureza se torna mais Homem, que se arrisca para transpor a sua condição inferior, que rompe com a tradição para a construção do futuro nesse mundo em que vive, desprezando qualquer “fantasia” de um além-mundo.
O super-homem, para o filósofo, é aquele que trabalha para alcançar seu próprio aperfeiçoamento, negando sua condição atual, ele é capaz de extrair de si os valores morais, criticando-os e superando-os, pois inverte o modo de pensar normal, destruindo o que se é atualmente, colocando toda a sua vontade e toda a sua ação ao serviço da grandeza humana.

Nietzsche enaltece aquele que negando voluntariamente o homem atual anuncia a vinda do Super-Homem.

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