Introdução
A
disciplina de Ética II trouxe uma abordagem baseada no pensamento ético de
Sócrates e Aristóteles em consonância com a realidade atual. Foram destacados
diversos aspectos da ética aristotélica, em especial a noção de felicidade,
racionalidade e virtude na Ética a
Nicômaco, esses aspectos foram trabalhados dentro de uma perspectiva
dialógica com a ética contemporânea, trazendo inúmeras reflexões quanto a
construção das noções do agir moral e ético na humanidade e os problemas gerados
pelos seus desvios.
Para
não ficarmos apenas nas apresentações, colocamos a mão na massa discutindo sobre a crise da ética na filosofia contemporânea. s
Seguem alguns apontamentos:
Discussão A
A ética tem sido um tema bastante discutido ao longo da
história humana, tendo em vista sua importância no que concerne ao bem viver em
sociedade. A ética vai se preocupar com ações muito mais profundas do que a
simples obediência a moral instituída. A ética vai procurar entender as
relações humanas e a interdependência do agir do homem social respeitando
princípios que valorizem a vida na sua integridade.
Aristóteles afirma que “o homem guiado pela ética é o melhor
dos animais; quando sem ela, é o pior”, ou seja, o ser humano precisa ter
princípios universais que venham a orientar o seu comportamento social, de
maneira que a sua vontade não esteja acima do bem comum, em uma compreensão de
que o agir de cada um interfere direta ou indiretamente na vida do outro.
A falta de um agir ético na contemporaneidade foi abordado
nos vídeos disponibilizados pela professora, e destaco alguns pontos que
considerei extremamente significativos surgidos durante a conversa filosófica,
como: o individualismo, a falta de respeito às regras e limites e a impunidade.
Em primeiro lugar o individualismo se contrapõe ao indivíduo
como um ser de existência social e coletiva, e caminha para um agir egocêntrico
em que prevalece o benefício próprio em detrimento do outro, pois estamos vivendo
em uma sociedade onde “levar vantagem em tudo” é o princípio norteador da nossa
ação, o que nos torna totalmente indiferentes a existência do outro.
Em segundo lugar a falta de respeito às regras e limites tem
criado uma geração que não se permite subordinar a nada, uma geração que não
valoriza a experiência dos mais velhos, nem as diversas posições hierárquicas
que um ser humano pode ocupar, uma geração irresponsável, impulsiva e
inconsequente, que acredita no “cada um por si”, sem perceber que as suas ações
irão refletir na coletividade.
Em terceiro a impunidade que temos vivenciado a cada dia,
que gera um estado de violência trazendo insegurança a todos. A falta de
princípios como respeito, tolerância, favorece um total abandono da ética e
promove um novo princípio orientado pelo “não dá em nada não”, ou seja, faço ou
deixo de fazer dependendo da possibilidade ou não de punição, uma ação
despreocupa com o outro.
Esses três pontos estão intrinsecamente ligados e são para
mim um dos maiores dilemas que temos vivenciado na atualidade enquanto
cidadãos, pois a ética tem se tornado um ideal inalcançável para aqueles que
acreditam nela, mas vivem no contexto da sua inexistência, e para os que a
ignoram ela é um princípio dos fracos que a usam como sustentáculo para tudo
aquilo que pela força não conseguem alcançar.
Discussão B
A ética nos é apresentada como o estudo formal dos padrões
moral e da conduta. A ciência da condita, uma reflexão sobre os valores morais,
valores e princípios que fundamentam a vida moral.
Somos sujeitos morais e estamos o tempo todo tendo que tomar
decisões, julgar situações ou fazer escolhas. Nossa consciência moral nos
permite entender e sermos responsáveis por nossas escolhas e atos.
A história da ética nos permite compreender a sua construção
filosófica. Na antiguidade ética estava atrelada à eudaimonia, ou seja, à felicidade plena, a vida
boa e a conduta o levaria ao bem supremo. Para Aristóteles, ética vincula-se à
felicidade, ao bem, à política e às virtudes. Antes das consequências, pensa-se
no agir do homem ético, ou seja, o que o leva a agir de tal maneira a se tornar
virtuoso.
A descoberta do mal, está justamente em entender porque o
homem se desvirtua, afastando-se do bem. Qual a conduta daquele que age para
com os seus desejos e impulsos, esquecendo-se das máximas universais, ora
mencionadas por Kant.
Talvez esse seja o ponto de início da discussão sobre a
crise da ética na contemporaneidade. Esquecemo-nos de agir como devemos para
agir como queremos que ajam conosco ou com o outro, comparando ações ou
situações que nos afastam da ética em si, daquela que reflete sobre a moral e a
conduta, por ignorância e por não distinguir o justo do injusto.
O conflito cultural, a intolerância (não gosto muito dessa
expressão, acredito que respeito/desrespeito a substituem melhor), avanços
tecnológicos e científicos, isolamento social dentre outras situações ampliam a
crise quando pouco se sabe sobre a ética ou se a confunde com apenas o
seguimento da lei, que por vezes está desatualizada diante da evolução da
humanidade.
Repensar valores, atitudes e o próprio respeito, são passos
simples e tradicionais que a sociedade pode introduzir para que a ética se
fortaleça e produza o mínimo efeito necessário numa sociedade que esqueceu o
que é viver em sociedade, politicamente.
Assista conosco o vídeo de apresentação da disciplina:
http://videos.ufes.br/video/0_i24b3r43
Assista conosco o vídeo de apresentação da disciplina:
http://videos.ufes.br/video/0_i24b3r43
Nenhum comentário:
Postar um comentário