Nietzsche ao anunciar a
morte de Deus considera o progressivo desaparecimento na cultura do homem
moderno de todas as filosofias, religiões ou ideologias que antes o iludiam e
serviam para consolá-lo. O super-homem não necessita mais de ilusões
tranquilizadoras porque o espírito dionisíaco
aceita a vida com o seu caos intrínseco e ausência de sentido. Essa atitude
propõe ao homem um novo estado e condição, em que haja alegria em aceitar a
vida na sua totalidade e, também a morte. Matar Deus significa libertar-se das cadeias
do mundo sobrenatural, ser capaz de viver sem falsas esperanças.
O super-homem, para
Nietzsche, é aquele que se permite ir além da racionalidade, que despreza todo
valor ético inerente a princípios religiosos, ao viver em um mundo dionisíaco, que reconhece a ilusão
contida em todas as filosofias e que consegue perceber o tempo como um eterno
retorno.
Na ideia de super-homem, a
verdade só pode ser compreendida em uma experiência original do pensamento que
se pode experimentar, colocando o homem no controle de sua existência em busca
de excelência. A vida passa a ser amada, pois o homem se assume como ele é, em
sua condição corpórea, mundana, finita e histórica, mas que pode através da
coragem superar-se, tornando-se cada vez mais forte.
Nietzsche através do personagem Zaratustra, destaca que o homem atual, é
somente uma corda estendida sobre um abismo, entre a sua origem imperfeita,
irracional, submissa e a possibilidade de superação de si mesmo, ou seja, de
tornar-se super-homem.
Para o filósofo essa
travessia é perigosa, pois implica ao homem uma profunda mudança da sua condição
humana. O super-homem é aquele que é capaz de escutar a voz do corpo, da
natureza e dos instintos, de desprezar a atual condição humana que busca
incessantemente a felicidade ao procurar andar segundo princípios morais,
racionais, religiosos, éticos, que para ele são obstáculos que devem ser
transpassados, a fim de alcançar a si mesmo.
Nietzsche exalta aquele que age intensamente que se lança na sua
humanidade, e unindo-se a natureza se torna mais Homem, que se arrisca para
transpor a sua condição inferior, que rompe com a tradição para a construção do
futuro nesse mundo em que vive, desprezando qualquer “fantasia” de um
além-mundo.
O super-homem, para o
filósofo, é aquele que trabalha para alcançar seu próprio aperfeiçoamento,
negando sua condição atual, ele é capaz de extrair de si os valores morais,
criticando-os e superando-os, pois inverte o modo de pensar normal, destruindo
o que se é atualmente, colocando toda a
sua vontade e toda a sua ação ao serviço da grandeza humana.
Nietzsche enaltece aquele
que negando voluntariamente o homem atual anuncia a vinda do Super-Homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário