“Assim falou Zaratustra” é
considerada a obra mais célebre de Nietzsche. Desde seu lançamento o texto
instiga e divide os críticos, e sua influência transcende muito além da
filosofia, inspirando autores como Carl Jung e Thomas Mann. É uma obra escrita diferentemente dos livros
convencionais de filosofia, e extremamente absoluta, necessitando de muito
cuidado e interpretação. O livro trata
de temas que estão presentes em toda a sua obra, no entanto estão escritos
nesta obra de forma musical, poética, quase mística, com parábolas, cantos e
imagens rebuscadas. Com todas essas características o livro é marcado por ser
uma obra que todos podem ler, porém pouquíssimos conseguem entender.
Nesta época a Europa era
marcada pelo orientalismo e Nietzsche teve acesso a lenda de Zoroastro, profeta
persa que viveu entre os séculos XII e VI a.C. O bem e o mal na filosofia de Zoroastro são
forças que lutam entre si, sendo os primeiros inventores da moral e responsável
por levá-lo ao mundo metafísico, universal. Nietzsche tem a intensão de proporcionar
um novo sentindo a esses ideais.
Nietzsche gastou dez dias
para escrever cada parte do seu livro. A primeira parte foi escrita em
fevereiro de 1883, com profundo sofrimento, em julho é escrito a segunda parte,
em janeiro de 1884 concluiu a terceira parte e um ano depois escreveu a quarta
parte. O editor recusou-se a imprimir sua obra, pois preferia folhetos
antissemitas e religiosos, sendo assim, Nietzsche custeou seu próprio livro.
Essa obra é vista por muitos
autores como fruto de uma composição musical, uma sinfonia composta em quatro
partes. Mahler definiu Zaratustra como uma nascida dentro do espírito musical.
Alguns há definiram como um texto sagrado (Nietzsche o chamou de quinto
evangelho) ou uma paródia deles, pois assim como Jesus e Buda que deram seus
ensinamentos através da fala, Zaratustra não deixa nada escrito para seus
seguidores.
“Assim falou Zaratustra” é
considerada uma das maiores críticas feitas aos valores ocidentais. Podendo ser compreendido como uma recusa aos
valores e ideias de que se orgulha o homem moderno. Nietzsche mostrou a
necessidade de se romper com os valores morais, o niilismo que se propagava nas
instituições: na educação e na política.
Esse filósofo queria instigar o homem a romper com os ídolos, tornar-se
um leão para criar novos valores. Com
esse livro Nietzsche proporciona um recomeço ao homem, possibilitando ao
espírito transformar-se em criança.
Nietzsche tem o propósito de
transmitir uma filosofia positiva. O livro tem como ideia principal o
super-homem. Para ele, “o homem é algo que deve ser superado, é uma ponte, não
um fim”.
Essa obra é considerada uma
antítese à Bíblia, sendo Zaratustra antagônico de Jesus. Através dela houve a
desconstrução da metafisica, Nietzsche escreve o evangelho do super-homem com o
objetivo de anunciar um novo tempo, no qual Deus morreu e
o homem tem sede de assumir o poder na totalidade, tendo assim que assumir
também as consequências morais e éticas de um mundo sem Deus. Zaratustra
tem o propósito de ensinar o homem o caminho da liberdade e de como se tornar
senhor de si mesmo. Seu principal ensinamento é que a dor e o sofrimento faz
parte da vida e que viver é um processo contínuo de libertação.
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