quarta-feira, 27 de junho de 2018

PARTE I: Capítulos 1 a 4


Capítulo 1 – O discurso filosófico Colonial
Para entender a consciência filosófica no Brasil Colônia temos que ter em mente que éramos limitados pela metrópole (Portugal) e nesta havia a presença de uma escolástica decadente que constituía a base do desenvolvimento filosófico. Assim, toda a referência brasileira gira em torno de Portugal, e este país jamais se preocupou com a ilustração da sua história por intermédio da produção do pensamento. Dessa forma, como na metrópole prevalecia a religiosidade e a escolástica com a Companhia de Jesus, por consequencia, o Brasil acabou preso à essa censura, num generalizado descaso e até mesmo ignorância no trato dos problemas filosóficos, em detrimento do iluminismo que já despontava nos demais países ocidentais. Concluindo, a “filosofia das luzes” no Brasil apenas começa com sua independência política.


Capítulo 2 – Gonçalves de Magalhães – Contra a ciência do seu tempo


Gonçalves de Magalhães (ou visconde de Araguaia) foi o primeiro grande momento de afirmação do pensamento brasileiro. No Brasil, o contexto foi o de uma renovação de ideias (“surto de ideias novas”), e na Europa, o de uma dominância do espírito do cientificismo, a razão científica como único instrumento de ordenar o curso da humanidade. Magalhães, que possui uma vocação cristã num espirito do romantismo, insurge contra a ciência de sua época e encara os problemas que abalam a mentalidade católica. No entanto, sua crítica é considerada provinciana, com argumentos pouco sólidos e distanciados da tessitura do discurso científico. Em resumo, Magalhães busca uma educação baseada no mais alto significado do catolicismo e da moral dele decorrente, não valorizando a educação científica, e sendo assim, a ênfase que deu à ordem sobrenatural acabou por obscurecer sua extraordinária vocação especulativa.



Capitulo 3 – Tobias Barreto e o cientificismo de sua época


Tobias Barreto foi um pensador quase solitário na crítica do positivismo e de todas as formas de cientificismo. Em sua época, havia uma forte crença no império da razão construtora, e Barreto soube perceber as diversas reações européias contra o império do cientificismo, dando então uma resposta adequada a estes movimentos que assinalaram a vida intelectual européia. Barreto, percebe a insuficiência do cientificismo e realiza uma crítica do conhecimento, baseado no neokantismo, enfrentando as elites pensantes do Brasil que estavam imbuídas do ideário cientificista. Esse retorno a Kant marcou o pensamento de Barreto enquanto atitude filosófica voltada para a questão dos valores, da cultura e da história. Seu culturalismo permeou a compreensão do homem e da história, lutando contra o vulgarismo cientificista e a avassaladora mediocridade intelectual.



Capitulo 4 – A Função do discurso na crítica de Sílvio Romero


Silvio Romero é identificado por ter realizado uma crítica de ideias. Viveu num contexto em que na Europa havia a crença generalizada no poder da razão científica, e o Brasil seguia a tradição européia. Romero sempre se esforçou por se adaptar aos embates das novas ideias européias. Seu discurso sempre foi voltado para a reafirmação do vigor do naturalismo. Ele encarou como uma missão o seu exercício crítico, que tinha a necessidade de impedir que a fragilidade da cultura brasileira se constituísse em motivo para a disseminação de ideias e crenças que julgasse inadequadas, tendo como objetivo obstar a circulação de ideias vulgares no Brasil. Nunca se prendeu a sistemas ou modos de pensar que não contribuíssem para a interpretação da realidade brasileira, chegando a afirmar: “meu sistema filosófico reduz-se a não ser sistema algum”. Não houve nele nenhuma intenção originariamente filosófica, tendo a crença no poder da ciência e abominava questões de ordem especulativa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário