quarta-feira, 27 de junho de 2018

PARTE II – Capítulos 5 a 8


Capítulo 5 - A paixão filosófica de Farias Brito e Antero De Quental
Esse capítulo tem como referência o primeiro volume da obra “Finalidade do mundo” de Farias Brito e a obra “ Tendências gerais da filosofia na segunda metade” do século XIX de Antero de Quental.



A obra de Farias Brito trata-se do livro que inicia sua trajetória filosófica. Já a obra de Antero trata-se do texto em que o autor português demonstra sua preocupação com o destino da filosofia, caminhando para especulações metafísicas e a virtude humana. Os dois autores mostram uma imensa paixão pela filosofia  como guia de conduta humana.
Primeiramente iremos conhecer um pouco sobre a história e o legado filosófico de Farias Brito. Sua obra “Finalidade do mundo” escrita na década de 90 esboça um pensamento marcado pelo conflito entre o empirismo materialista dominante e as tentativas de recuperação do espiritualismo, desenvolvido pelo pensamento europeu, representadas pelo intuicionismo bergsoniano, pelo neokantismo da Escola de Baden e pela fenomenologia proposta por Edmund Husserl. 
O 1° volume da obra “Finalidade do mundo” o autor busca responde as seguintes questões: O que é filosofia? Quais são as relações da filosofia com as ciências? Onde fica a religião nesta história? Farias Brito busca através da filosofia responde suas dúvidas perante a existência humana. Para esse autor a reflexão filosófica necessita ser como uma arma a serviço do combate ao ceticismo do mundo moderno. Sendo necessário preservar as virtudes, pois elas nos conduzem no equilíbrio.
Segundo Farias Brito, a política e a filosofia são os dois eixos que proporcionam a evolução da humanidade. Sendo o fim da filosofia a moral, enquanto fim da política é o direito. Para esse autor todos os esforços filosóficos nos últimos anos foram para resolver a questão moral.
Nos primeiros escritos desta obra, Farias mostra ser um naturalista, porém quando se trata da questão do homem, ele rompe com  naturalismo e defende que as tentativas de naturalização da consciência trata-se de equívocos a serem abandonando.
Farias Brito faz considerações a cerca da filosofia dos pré-socráticos, Aristóteles, Platão, Comte, Spencer e concluir que a filosofia é um conhecimento universal. Aproximando do pensamento cartesiano Farias Brito afirma “A filosofia é uma árvore; as ciências são ramos mais ou menos frondosos que brotam desta árvore, o fruto que ela produz” (Brito, 1894:57).[1]
 Segundo Farias Brito, a metafísica é a ciência dos fenômenos psíquicos, sendo assim, a própria psicologia. Para ele, é possível a criação de uma nova religião, que referencia várias ideias teológicas e que não aborda apenas o cristianismo. Segundo ele, todas as religiões caminhavam para o fim, mas havia a necessidade de uma criação de uma religião naturalista que reforçasse a moralidade humana.
Para a construção de seu pensamento Farias Brito usa várias fontes filosóficas e estuda diversos filósofos como: Kant, Come, Aristóteles, Sócrates, Platão, Descartes, Letourneau, Taine, Büchner e Feuerbach, Renan, Vacherot e entre outros.

Passo agora à questão da filosofia delineada por Antero de Quental no seu livro Tendências Gerais da filosofia na segunda metade do século XIX.
 Antero busca um novo direcionamento para a filosofia, frente ceticismo que predominava nos pensamentos metafísicos.  Para esse autor, o declino que ocorria atingia somente a filosofia transcendental do idealismo alemão.
Antero tinha uma imensa paixão pela filosofia e a liberdade que se fundamentava pela ordem do espírito. A paixão pela liberdade só se concretizava através da plenitude pela virtude, pois se trata da suprema liberdade enquanto “única realidade plena”.

Capítulo 6 - Farias Brito e a questão da subjetividade
O inicio da trajetória filosófica de Farias Brito é marcado por uma crítica a todo o materialismo e ao positivismo. Mostrando uma preocupação pela esfera da interioridade enquanto espaço privilegiado, na qual há possibilidade de compreensão do mundo e da existência humana, para além das explicações das ciências da natureza.
Segundo esse autor, a interpretação do arquivista é tarefa do espírito, que tem a missão de explicar e compreender. Para compreender o papel da subjetividade Farias voltou-se o olhar para além da sua época. E advertia o perigo da filosofia através da razão científica entrar em campo de solidão e de vazio.
Farias reconhecia a importância processo científico e estava atento a toda e qualquer ameaça contra o espírito. Ele reconhecia a dificuldade de se pensar o papel da subjetividade num mundo que se encontra cheio de incertezas e sem nenhuma perspectiva, principalmente no campo das ciências clássicas. Seu pensamento se caracteriza pela crise da subjetividade e das incertezas no pensamento filosófico.

Capítulo 7 - Farias Brito e as filosofias contemporâneas da existência
Falecendo no mês de janeiro de 1917, o pensador cearense Farias Brito não teve nenhuma oportunidade de dialogar com o movimento fenomenológico-existencial, que  afirmou-se como uma das formas de compreensão e interpretação da existência humana.  Esse autor demonstra em seus escritos uma preocupação imensa com a existência humana, buscando compreender qual é a finalidade do mundo.
O sentimento do mundo, a gratuidade da existência, a angústia, a ideia de fracasso, o nada que subjaz à própria presença do homem no mundo, tudo isso se constitui na fermentação que marca o filósofo cearense do princípio ao fim.[2] Essa são as questões que esse autor buscou responder ao longo de suas obras. Essas ideias também são objetos de estudo das filosofias contemporâneas e do existencialismo cristão.
Farias busca levar as preocupações filosóficas brasileiras para mesma direção das outras partes do mundo. Farias Brito dedicou sua vida a estudar os problemas mais fundamentais do homem da sua época. Assim, ficou conhecido no mundo inteiro, sendo mencionado no dicionário de filosofia. Esse autor tinha um grande apreço pela filosofia e nos ensinou que é possível filosofar e estudar as questões humanas independente das origens sócio- culturais e econômicas.

Capítulo 8 - O espírito do positivismo na cultura brasileira
Os séculos XVI e XVII são marcados por nova forma de pensar que mudaria a direção dos próximos períodos, essa nova corrente do pensamento foi denominada como positivismo. O filósofo Augusto Comte é fundado desta nova doutrina. O positivismo é aderido no Brasil a partir da década de sessenta, influenciado pela França que era nosso modelo de civilização.  O positivismo no Brasil trazia a esperança de preencher o vazio nas áreas de medicina, engenharia e direito.   Assim, o positivismo ganhou força e predominou na nossa literatura, pedagogia, científico e política. A grande esperança era que o positivismo pudesse trazer luz e solução para nossos problemas.
Apesar de não ter funcionado o positivismo nos ensinou que a razão construtora não poderia nos fornecer a resposta pelo significado de nossa existência. E a necessidade de trilhar novos caminhos para nos conhecer melhor e encontrar nossa justificação na história. Sendo esse novo caminho aberto pelos filósofos, literários e artistas.


[1] Aquiles Côrtes Guimarães pequenos estudos de filosofia brasileira 2ª edição revista, corrigida e aumentada.
[2] Aquiles Côrtes Guimarães pequenos estudos de filosofia brasileira 2ª edição revista, corrigida e aumentada

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