SEMANA DE APRESENTAÇÃO
A
disciplina de Filosofia da Ciência iniciou com uma abordagem da compreensão de
“Física” em Aristóteles, com o foco no princípio do movimento, nas mudanças das
coisas em si mesmas e na sua natureza própria (physis). Nesse primeiro momento houve uma preocupação em entender a
diferença entre Física e Metafísica, e as mudanças que essa distinção trouxe
para o pensamento ocidental.
Através da proposta de leitura do
livro IV da Metafísica de Aristóteles, foi destacada a relação entre Metafísica
e Lógica responsável por gerar um dos princípios básicos da lógica clássica, o
princípio da não-contradição.
Na sequência, a disciplina trabalhou,
na visão de Alexandre Koyré, o abandono da concepção clássica medieval do
Cosmos através da física moderna, iniciada por Galileu e terminada por
Einstein, em que o Cosmos finito dos gregos é abandonado pela física moderna
que concebe o Universo como infinito, além do destaque na diferença entre a
física clássica e a física moderna em relação à interpretação matemática da
natureza.
Também foi apresentada a influência
que a preocupação com o método de investigação da ciência do Século XVI, trouxe
para as discussões filosóficas do século seguinte, destacando duas grandes
orientações filosóficas do pensamento moderno: o empirismo de Francis Bacon e o
racionalismo moderno de René Descartes.
Salientou-se como destaque no Século
XX, o surgimento da lógica matemática e suas consequências para o pensamento
contemporâneo, destituindo a antiga concepção de que a lógica se resume a um
simples exercício de raciocínio, passando a ser vista como um instrumento de
fundamentação lógica em uma linguagem simbólica com justificativa científica.
Por fim, foram analisadas, a partir
das obras de Ilya Prigogine e Isabelle Stangers, as diferenças conceituais
entre “ciência clássica” e “novos paradigmas na ciência”. A ciência procura a
diversidade e a riqueza qualitativa da natureza a partir do ponto de vista da
experiência humana sem que haja uma nítida distinção entre realidade objetiva e
subjetividade.
Para finalizarmos a semana e introduzirmos a disciplina,
o Laboratório solicitava uma discussão sobre “O que é Filosofia? O que é
Ciência?”. Segue uma de nossas respostas:
Em nosso cotidiano estamos envolvidos com crenças e valores que foram
construídos ao longo de nossas vivências e, que de uma forma ou outra, influenciam
nossa forma de pensar e conceber o mundo a nossa volta. São tão relacionadas à
nossa vida que por vezes parecem ter nascido conosco.
Neste convívio, interagimos com pessoas e objetos rumo à uma única certeza, já bastante dialogada por Aristóteles: a felicidade. Por vezes, algo acontece e balança as nossas certezas fazendo-nos pensar, refletir sobre nossa vida e seu curso. Sentimos a necessidade de nos defender, pois, parece que fomos invadidos em nossas crenças e valores. Nos sentimos inquietos e indignados ou maravilhados e somos obrigados a rever nossos conceitos em busca de sobrevivência física ou moral e nos perguntamos porque as coisas são assim, ou como elas realmente são...até quando serão... é possível mudá-las?
Neste convívio, interagimos com pessoas e objetos rumo à uma única certeza, já bastante dialogada por Aristóteles: a felicidade. Por vezes, algo acontece e balança as nossas certezas fazendo-nos pensar, refletir sobre nossa vida e seu curso. Sentimos a necessidade de nos defender, pois, parece que fomos invadidos em nossas crenças e valores. Nos sentimos inquietos e indignados ou maravilhados e somos obrigados a rever nossos conceitos em busca de sobrevivência física ou moral e nos perguntamos porque as coisas são assim, ou como elas realmente são...até quando serão... é possível mudá-las?
Nesse momento encontramos a tão desejada Filosofia! Saímos da nossa zona
de conforto para a aventura do conhecimento, obviamente, de acordo com o
contexto histórico que se vive.
Entretanto, filosofar não é apenas refletir, mas pensar de forma
crítica. Refletir saberes e valores já concebidos, estimulando a consciência de
si e do mundo.
Se pensarmos que a Filosofia Ocidental nasceu com os gregos, mais
especificamente quando realizaram a passagem do pensamento mítico para a visão
racional do mundo e do ser em si, veremos que a Razão - Logos fez-se fundamento
da compreensão e interpretação dos fenômenos de então. Criaram, portanto, uma
nova forma de ciência e pensamento. Uma jornada que se estende até hoje, dos
procedimentos científicos à ciência em si.
A Filosofia da Ciência estudo e examina os métodos e os fundamentos da
ciência, enquanto à própria Ciência cabe o direito de interrogar a natureza
buscando compreendê-la, prevê-la e explica-la, baseada na observação e no
experimento. Para tanto, utiliza da base empírica e de métodos lógicos para
chegar às leis científicas, que, quando comprovadas, passam a ter valor
universal. À Filosofia da Ciência cabe criar uma malha, cada vez mais fina para
tornar as informações cada vez mais confiáveis e precisas.
Acompanhe
conosco o vídeo de apresentação da disciplina: http://videos.ufes.br/video/0_x96qs078
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