Capítulo
1 –
O discurso filosófico Colonial
Para entender a consciência filosófica no
Brasil Colônia temos que ter em mente que éramos limitados pela metrópole
(Portugal) e nesta havia a presença de uma escolástica decadente que constituía
a base do desenvolvimento filosófico. Assim, toda a referência brasileira gira
em torno de Portugal, e este país jamais se preocupou com a ilustração da sua
história por intermédio da produção do pensamento. Dessa forma, como na metrópole
prevalecia a religiosidade e a escolástica com a Companhia de Jesus, por
consequencia, o Brasil acabou preso à essa censura, num generalizado descaso e
até mesmo ignorância no trato dos problemas filosóficos, em detrimento do
iluminismo que já despontava nos demais países ocidentais. Concluindo, a
“filosofia das luzes” no Brasil apenas começa com sua independência política.
Capítulo
2 – Gonçalves de Magalhães – Contra a ciência do seu tempo
Gonçalves de Magalhães (ou visconde de
Araguaia) foi o primeiro grande momento de afirmação do pensamento brasileiro.
No Brasil, o contexto foi o de uma renovação de ideias (“surto de ideias novas”), e na Europa, o de uma dominância do
espírito do cientificismo, a razão científica como único instrumento de ordenar
o curso da humanidade. Magalhães, que possui uma vocação cristã num espirito do
romantismo, insurge contra a ciência de sua época e encara os problemas que
abalam a mentalidade católica. No entanto, sua crítica é considerada
provinciana, com argumentos pouco sólidos e distanciados da tessitura do
discurso científico. Em resumo, Magalhães busca uma educação baseada no mais
alto significado do catolicismo e da moral dele decorrente, não valorizando a
educação científica, e sendo assim, a ênfase que deu à ordem sobrenatural
acabou por obscurecer sua extraordinária vocação especulativa.
Capitulo
3 – Tobias Barreto e o cientificismo de sua época
Tobias Barreto foi um pensador quase
solitário na crítica do positivismo e de todas as formas de cientificismo. Em
sua época, havia uma forte crença no império da razão construtora, e Barreto soube perceber as diversas reações
européias contra o império do cientificismo, dando então uma resposta adequada
a estes movimentos que assinalaram a vida intelectual européia. Barreto,
percebe a insuficiência do cientificismo e realiza uma crítica do conhecimento,
baseado no neokantismo, enfrentando as elites pensantes do Brasil que estavam
imbuídas do ideário cientificista. Esse retorno a Kant marcou o pensamento de Barreto
enquanto atitude filosófica voltada para a questão dos valores, da cultura e da
história. Seu culturalismo permeou a compreensão do homem e da história,
lutando contra o vulgarismo cientificista e a avassaladora mediocridade
intelectual.
Capitulo
4 – A Função do discurso na crítica de Sílvio Romero
Silvio Romero é identificado por ter
realizado uma crítica de ideias. Viveu num contexto em que na Europa havia a
crença generalizada no poder da razão científica, e o Brasil seguia a tradição
européia. Romero sempre se esforçou por se adaptar aos embates das novas ideias
européias. Seu discurso sempre foi voltado para a reafirmação do vigor do
naturalismo. Ele encarou como uma missão o seu exercício crítico, que tinha a
necessidade de impedir que a fragilidade da cultura brasileira se constituísse
em motivo para a disseminação de ideias e crenças que julgasse inadequadas,
tendo como objetivo obstar a circulação de ideias vulgares no Brasil. Nunca se
prendeu a sistemas ou modos de pensar que não contribuíssem para a
interpretação da realidade brasileira, chegando a afirmar: “meu sistema
filosófico reduz-se a não ser sistema algum”. Não houve nele nenhuma intenção
originariamente filosófica, tendo a crença no poder da ciência e abominava
questões de ordem especulativa.
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