A teoria tridimensional foi criada por Miguel Reale que procura interpretar o direito sobre três vertentes: norma, fato e valor e analisar a interação entre as mesmas. Esta união entre as três vertentes possibilita uma maior flexibilidade na interpretação e estudo das leis. Segundo Reale “fato, valor e norma se dialetizam e se complementam mutuamente” (GUIMARÃES, 1997, p. 106), ou seja, não podem ser concebidas separadamente. A referida teoria surgiu do descontentamento do filósofo diante de três escolas de pensamento: a normativista, a sociologista e a moralista. A teoria reoliana trouxe significação às reflexões nos campos da cultura, direito e história.
Capítulo
14 - A “segunda via” de inspiração do pensamento brasileiro
A França é um dos principais países que influencia o pensamento intelectual do Brasil, ainda que a fenomenologia fundada por Edmund Husserl tenha aparecido com mais força nos últimos vinte e cinco anos. A partir do ano de 1945 muitos estudiosos e pensadores tentaram inserir o método fenomenológico no Brasil sem alcançarem muita expressão. Entre estes estudiosos podemos citar: Isaías Paim, Creusa Capalbo, Gerd Borheim, Carneiro Leão, Maria da Conceição Miranda, Zenilda Lopes de Siqueira e João Souza Ferraz. Segundo Guimarães (1997) o principal obstáculo para aceitação de fenomenologia no Brasil é o rigor exigido por Husserl, o que não combina com o estilo brasileiro. Desse modo, a fenomenologia pode ser considerada a segunda via de inspiração do pensamento brasileiro, ficando com supremacia o pensamento francês, que influencia sobremaneira a moda brasileira.
Capítulo 15 - A presença do pensamento de Ortega y Gasset no Brasil.
O filósofo Ortega Y Gasser tormou-se a figura mais influenciável no Brasil nas últimas cinco décadas, devido ao seu espírito esteticista que identifica-se com a cultura brasileira e seu potencial em debater ideias existencialistas com propriedade o que facilitou a sua aceitação no período pós-guerra. O referido filósofo é um exímio palestrante com potencial para explanar vários assuntos, dentre eles, filosofia, artes, ciências, entre outros, ao mesmo tempo com proeza e sensibilidade, e isto, faz com que tenha muitos seguidores no âmbito brasileiro. Vale acrescentar que para um país ligado à visão literária em oposição à conceitual é muito mais fácil acolher a dinâmica de Ortega.
Capítulo 16 - A inspiração kantiana na obra de Antonio Paim
Antonio Paim convida o ser humano a construir uma cultura significativa através do retorno à subjetividade, à sua essência, ao seu eu interior, mas sem perder de vista sua história, o seu dia a dia, a sua vivência com o outro. Nota-se a presença dos pensamentos de kant nas ideias de Paim no momento que ele convida a todos a superar as mentalidades passadas e buscar respostas para os desafios do mundo atual. Existe uma preocupação de Paim com a filosofia, política, moral e uma educação humanística.
Capítulo
17 - Antonio Paim e os sentidos da vida espiritual no Brasil do século XIX
Antonio Paim realiza uma releitura da
história da vida espiritual brasileira do século XIX de uma forma eclética, sem
nenhuma forma de preconceito, demonstrando fidelidade à história de um povo.
Prestou um grande serviço à cultura brasileira, no sentido de que buscou sua
valorização, respeitou à liberdade do povo em expressar sua espiritualidade nas
diversas formas. Dizia que: “Somos todos livres na ordem do pensamento e,
portanto, somos todos livres na formulação das mossas ideias, todas elas
passíveis de confrontação e discussão, nas infinitas possibilidades de
compreensão e interpretação” (GUIMARÃES, 1997, p. 130).
Capítulo
18 - Em torno da questão do absoluto no pensamento de Sampaio Bruno
Sampaio Bruno é de origem portuguesa e ficou
conhecido como “o pensador do erro e do mal”. Seus trabalhos geralmente foram
assinalados com sua preocupação em
entender a origem, a raiz e o princípio de tudo. Seus textos sempre se referem
à existência de Deus, como também a presença do mal no mundo. O filósofo
entende Deus como o princípio de tudo. Soube argumentar com propriedade
filosófica assuntos como ciências da natureza, metafísica e teologia e, não
somente sob um prisma místico. Sobre Bruno pode se dizer também que foi um
filósofo português que jamais se afastou da cultura de seu país para defender
suas ideias.
Capítulo
19 - Alexandre Fradique Morujão e o movimento fenomenológico em Portugal
A fenomenologia começou a aparecer em
Portugal por volta da década de 1940. Foi Alexandre Fradique Morujão um dos
principais propagadores da
fenomenologia em solo português, pois realizou um amplo trabalho de
interpretação da maneira de pensar dos portugueses, do contexto brasileiro e
das circunstâncias que envolvem a teia simbólica da língua portuguesa. Morujão
apresenta um comprometimento profundo com a vida portuguesa e por isso mesmo,
jamais se afastou de Portugal.
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