Capítulo
5 - A paixão filosófica de Farias Brito e Antero De Quental
Esse capítulo tem como referência o primeiro
volume da obra “Finalidade do mundo” de Farias Brito e a obra “ Tendências
gerais da filosofia na segunda metade” do século XIX de Antero de Quental.
A obra de Farias Brito trata-se do livro que
inicia sua trajetória filosófica. Já a obra de Antero trata-se do texto em que
o autor português demonstra sua preocupação com o destino da filosofia, caminhando
para especulações metafísicas e a virtude humana. Os dois autores mostram uma
imensa paixão pela filosofia como guia
de conduta humana.
Primeiramente iremos conhecer um pouco sobre
a história e o legado filosófico de Farias Brito. Sua obra “Finalidade do
mundo” escrita na década de 90 esboça um pensamento marcado pelo conflito entre
o empirismo materialista dominante e as tentativas de recuperação do
espiritualismo, desenvolvido pelo pensamento europeu, representadas pelo
intuicionismo bergsoniano, pelo neokantismo da Escola de Baden e pela
fenomenologia proposta por Edmund Husserl.
O 1° volume da obra “Finalidade do mundo” o
autor busca responde as seguintes questões: O que é filosofia? Quais são as
relações da filosofia com as ciências? Onde fica a religião nesta história?
Farias Brito busca através da filosofia responde suas dúvidas perante a
existência humana. Para esse autor a reflexão filosófica necessita ser como uma
arma a serviço do combate ao ceticismo do mundo moderno. Sendo necessário preservar
as virtudes, pois elas nos conduzem no equilíbrio.
Segundo Farias Brito, a política e a
filosofia são os dois eixos que proporcionam a evolução da humanidade. Sendo o
fim da filosofia a moral, enquanto fim da política é o direito. Para esse autor
todos os esforços filosóficos nos últimos anos foram para resolver a questão
moral.
Nos primeiros escritos desta obra, Farias
mostra ser um naturalista, porém quando se trata da questão do homem, ele rompe
com naturalismo e defende que as
tentativas de naturalização da consciência trata-se de equívocos a serem
abandonando.
Farias Brito faz considerações a cerca da
filosofia dos pré-socráticos, Aristóteles, Platão, Comte, Spencer e concluir
que a filosofia é um conhecimento universal. Aproximando do pensamento
cartesiano Farias Brito afirma “A filosofia é uma árvore; as ciências são ramos
mais ou menos frondosos que brotam desta árvore, o fruto que ela produz”
(Brito, 1894:57).[1]
Segundo
Farias Brito, a metafísica é a ciência dos fenômenos psíquicos, sendo assim, a
própria psicologia. Para ele, é possível a criação de uma nova religião, que
referencia várias ideias teológicas e que não aborda apenas o cristianismo.
Segundo ele, todas as religiões caminhavam para o fim, mas havia a necessidade
de uma criação de uma religião naturalista que reforçasse a moralidade humana.
Para a construção de seu pensamento Farias
Brito usa várias fontes filosóficas e estuda diversos filósofos como: Kant,
Come, Aristóteles, Sócrates, Platão, Descartes, Letourneau, Taine, Büchner e
Feuerbach, Renan, Vacherot e entre outros.
Passo
agora à questão da filosofia delineada por Antero de Quental no seu livro
Tendências Gerais da filosofia na segunda metade do século XIX.
Antero
busca um novo direcionamento para a filosofia, frente ceticismo que predominava
nos pensamentos metafísicos. Para esse
autor, o declino que ocorria atingia somente a filosofia transcendental do idealismo
alemão.
Antero tinha uma imensa paixão pela filosofia
e a liberdade que se fundamentava pela ordem do espírito. A paixão pela
liberdade só se concretizava através da plenitude pela virtude, pois se trata
da suprema liberdade enquanto “única realidade plena”.
Capítulo
6 - Farias Brito e a questão da subjetividade
O inicio da trajetória filosófica de Farias
Brito é marcado por uma crítica a todo o materialismo e ao positivismo.
Mostrando uma preocupação pela esfera da interioridade enquanto espaço
privilegiado, na qual há possibilidade de compreensão do mundo e da existência
humana, para além das explicações das ciências da natureza.
Segundo esse autor, a interpretação do
arquivista é tarefa do espírito, que tem a missão de explicar e compreender.
Para compreender o papel da subjetividade Farias voltou-se o olhar para além da
sua época. E advertia o perigo da filosofia através da razão científica entrar
em campo de solidão e de vazio.
Farias reconhecia a importância processo
científico e estava atento a toda e qualquer ameaça contra o espírito. Ele
reconhecia a dificuldade de se pensar o papel da subjetividade num mundo que se
encontra cheio de incertezas e sem nenhuma perspectiva, principalmente no campo
das ciências clássicas. Seu pensamento se caracteriza pela crise da
subjetividade e das incertezas no pensamento filosófico.
Capítulo
7 - Farias Brito e as filosofias contemporâneas da existência
Falecendo no mês de janeiro de 1917, o
pensador cearense Farias Brito não teve nenhuma oportunidade de dialogar com o
movimento fenomenológico-existencial, que afirmou-se como uma das formas de compreensão
e interpretação da existência humana. Esse autor demonstra em seus escritos uma
preocupação imensa com a existência humana, buscando compreender qual é a
finalidade do mundo.
O sentimento do mundo, a gratuidade da existência,
a angústia, a ideia de fracasso, o nada que subjaz à própria presença do homem
no mundo, tudo isso se constitui na fermentação que marca o filósofo cearense
do princípio ao fim.[2] Essa são as questões que
esse autor buscou responder ao longo de suas obras. Essas ideias também são
objetos de estudo das filosofias contemporâneas e do existencialismo cristão.
Farias busca levar as preocupações
filosóficas brasileiras para mesma direção das outras partes do mundo. Farias
Brito dedicou sua vida a estudar os problemas mais fundamentais do homem da sua
época. Assim, ficou conhecido no mundo inteiro, sendo mencionado no dicionário
de filosofia. Esse autor tinha um grande apreço pela filosofia e nos ensinou que
é possível filosofar e estudar as questões humanas independente das origens
sócio- culturais e econômicas.
Capítulo
8 - O espírito do positivismo na cultura brasileira
Os séculos XVI e XVII são marcados por nova
forma de pensar que mudaria a direção dos próximos períodos, essa nova corrente
do pensamento foi denominada como positivismo. O filósofo Augusto Comte é
fundado desta nova doutrina. O positivismo é aderido no Brasil a partir da
década de sessenta, influenciado pela França que era nosso modelo de
civilização. O positivismo no Brasil
trazia a esperança de preencher o vazio nas áreas de medicina, engenharia e
direito. Assim, o positivismo ganhou
força e predominou na nossa literatura, pedagogia, científico e política. A
grande esperança era que o positivismo pudesse trazer luz e solução para nossos
problemas.
Apesar de não ter funcionado o positivismo
nos ensinou que a razão construtora não poderia nos fornecer a resposta pelo
significado de nossa existência. E a necessidade de trilhar novos caminhos para
nos conhecer melhor e encontrar nossa justificação na história. Sendo esse novo
caminho aberto pelos filósofos, literários e artistas.
[1] Aquiles Côrtes Guimarães
pequenos estudos de filosofia brasileira 2ª edição revista, corrigida e
aumentada.
[2]
Aquiles Côrtes
Guimarães pequenos estudos de filosofia brasileira 2ª edição revista, corrigida
e aumentada
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