segunda-feira, 18 de abril de 2016

SEMANA 2

A VIRTUDE ÉTICA

Segundo Aristóteles, a felicidade está na prática e na contemplação das virtudes. A virtude, de certa maneira, é uma capacidade dada ao homem por natureza, mas é alimentada pela educação e aperfeiçoada pela inteligência, pois sendo o ser humano formado de uma parte racional e outra privada de razão, precisa ser educado em suas virtudes, levando-os a agir de acordo com os valores da razão, até que se torne uma ação natural e consciente, ou seja, virtuosa quando agimos de forma racional e equilibrada.
O filósofo define a felicidade como o bem supremo do homem e fim último de suas ações. Os conceitos de fim e de bem ligam a felicidade à dimensão dos valores e dos desejos, visto que Aristóteles define o bem como aquilo que é visado pelas ações humanas. Assim, tudo que é almejado só pode ser alcançado tendo em vista a felicidade. Para isso ele usa um exemplo: Se perguntarmos para um médico em que medida ele se esforçou tanto para exercer sua profissão, podemos obter esta resposta: para ganhar dinheiro, que no caso, seria a condição necessária para torna-lo feliz, portanto, a felicidade é um bem inclusivo, ela inclui um conjunto harmonioso de outros bens, e assim perfeita, completa ou acabada, não tem outro fim superior a ela.
Dessa maneira, a felicidade não se restringe ao fim que se deseja alcançar, mas também a todo o processo que conduzirá a ela, o qual deve conter um conjunto de harmoniosos outros bens.
A função essencial e própria do homem é o exercício da razão, essa função pode ser apenas exercida, ou exercida de forma excelente, virtuosa, conduzindo-o a felicidade que será alcançada pela plena realização daquilo que lhe é próprio, e essa realização virtuosa não pode excluir a função prática da razão, pois é ela que irá conduzir as ações humanas ao melhor caminho para a concretização dos desejos.
Vivemos enfim, para sermos felizes e para agir bem, de acordo com a virtude. No entanto, o bem é a atividade exercida de acordo com a sua excelência. Nesse caso, a função do homem é aquela que expressa essencialmente a natureza humana, a função que lhe é própria e o diferencia dos outros, combinando um certo modo de vida com o princípio racional. A exemplo: a função de um flautista é tocar a sua flauta e ao fazê-lo  bem  exerce sua atividade de acordo com a sua excelência ou virtude.  
A força da vontade guiada pela razão nos leva à excelência e assim,  a felicidade está ligada a uma sabedoria prática; o modo de agir perante os outros e  perante si mesmo. Segundo Aristóteles “não é demais nem muito pouco”, mas sim, como justo meio; sempre entre dois extremos, a mediania,  realizada por meio de escolhas traduzidas em ações, exigindo consciência e discernimento é o que caracteriza a própria condição humana, o indivíduo atua como ser ético perante os outros, pois foi anteriormente educado para isso. 


O Fórum dessa semana foi criado com o intuito de discutirmos sobre o modo como Aristóteles consegue relacionar, de forma harmônica, uma noção de felicidade entendida como fim dos desejos e uma noção de felicidade que é relativa à natureza própria do homem.

Discussão A
A procura por uma definição para a felicidade foi uma máxima para Aristóteles. Entendê-la como um processo da alma relacionado às virtudes humanas com uma pitada racional foi o primeiro passo para suas discussões nicomaqueias. A relação felicidade – racionalidade – alma elevou o conceito de bem-estar do homem para a plenitude do homem. A felicidade, portanto, tornou-se a busca pelo bem supremo. O grande questionamento é se esse bem supremo existe de fato e, para tanto, a ciência política torna-se responsável por encontrar esse bem e analisá-lo através da existência do homem na própria polis, tudo através da razão.
O bem, almejo da felicidade, é o desejo do homem, o bem em si. Quem tem outros desejos pode até encontrar a felicidade, mas, quem busca a felicidade encontra a felicidade. É um modo de chegar à plenitude, antes mencionada. É uma ordem natural de anseios da humanidade. Tudo se faz por algo maior, que seja um momento de tranquilidade ou de satisfação, a felicidade é o caminho que se segue ordenando os fatos/acontecimentos e diversos componentes que envolvem o ser.
Neste sentido, o conceito de felicidade está atrelado também, harmoniosamente, aos desejos do homem.
Ainda, Aristóteles traz a natureza de cada ente como a finalidade com que cada um lida em sua existência. E traz, nessa discussão, a função própria da alma e do homem. A função da primeira está atrelada às virtudes e do home, em si, à razão. Quando sua marca fundamental é exercida com excelência ele alcança a felicidade, de forma completa.
Essa conceituação desloca a felicidade do nível do desejo para o da razão, da moralidade. Assim, ele não deve satisfazer apenas os seus desejos, mas deve tê-los de forma justa e atrelados ao bem, ditados pela razão e orientados pelas virtudes, dons da natureza que são lapidados pela educação, logo, pela inteligência.
Em relação ao questionamento, a moderação da paixão é o torque da felicidade. O equilíbrio entre desejos, virtudes e razão.
Durante os estudos, retomo a questão da natureza humana. O homem tem a função de pensar e, quando faz isso em excelência, garante a felicidade permanente. Ora, foi dito no vídeo complementar que executando a razão o homem alcança a felicidade permanente, e posterior, “assim como uma andorinha sozinha não faz verão e nem um dia quente faz verão, um curto lapso de tempo ou um dia só não faz um homem feliz e nem um homem sozinho será também feliz” pois, ele é um animal político, social e depende da polis. Porque se a máxima do homem é pensar e isso o completa, trazendo a felicidade, ele não poderia ser feliz sozinho, afinal, a própria natureza diz isso sobre ele, mesmo entendendo sua questão social?

Discussão B
Aristóteles em seu livro Ética a Nicômaco tem como primeira preocupação a definição do termo felicidade. A sua primeira definição trata a felicidade como uma atividade da alma em conformidade com a virtude, a qual supõe ter um princípio racional. O filósofo atribui algumas características à felicidade que a distingue da noção que temos atualmente, uma delas é a relação entre felicidade e racionalidade, outra se relaciona ao fato de considerá-la uma atividade e não um estado emocional da alma. Para Aristóteles, a felicidade não se resume a um estado de satisfação, mas sim a plena realização do homem, em uma atividade que envolve aquilo que é essencial a ele, a razão.
Aristóteles vai mais além definindo felicidade como um bem supremo do homem e o fim último de suas ações, que se orientam em direção à dimensão dos valores e desejos. Para ele as ações humanas visam o bem e esse se configura na felicidade que se sobressai a todos os bens possíveis.
O pensamento aristotélico tem a noção de felicidade como bem incluso e, sendo assim, inclui todos os outros bens que serão caminho para alcançá-la, pois ela é o fim último que se deseja, já que não existe outro fim superior a ela. Dessa maneira, a felicidade não se restringe ao fim que se deseja alcançar, mas também a todo o processo que conduzirá a ela, o qual deve conter um conjunto de harmoniosos outros bens.
A função essencial e própria do homem é o exercício da razão, essa função pode ser apenas exercida, ou exercida de forma excelente, virtuosa, conduzindo-o a felicidade que será alcançada pela plena realização daquilo que lhe é próprio, e essa realização virtuosa não pode excluir a função prática da razão, pois é ela que irá conduzir as ações humanas ao melhor caminho para a concretização dos desejos.
A virtude ética está na natureza desejante ou irracional da alma, a nossa natureza humana nos dá a capacidade para a virtude moral, mas é a razão que frente às emoções, nos impele a agir. Não basta imitar o agir virtuoso, é preciso avaliar nossas emoções e intenções na busca da felicidade, pois é o estado de caráter, que deve ser bom, que garantirá essa conquista. Para tanto, Aristóteles destaca a importância da educação que gerará o hábito, ou seja, é o bom exercício da racionalidade que irá moldar nosso caráter para que a função irracional da alma se submeta a razão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário