quinta-feira, 16 de junho de 2016

SEMANA DE APRESENTAÇÃO

SEMANA DE APRESENTAÇÃO





A disciplina de Filosofia da Ciência iniciou com uma abordagem da compreensão de “Física” em Aristóteles, com o foco no princípio do movimento, nas mudanças das coisas em si mesmas e na sua natureza própria (physis). Nesse primeiro momento houve uma preocupação em entender a diferença entre Física e Metafísica, e as mudanças que essa distinção trouxe para o pensamento ocidental.
Através da proposta de leitura do livro IV da Metafísica de Aristóteles, foi destacada a relação entre Metafísica e Lógica responsável por gerar um dos princípios básicos da lógica clássica, o princípio da não-contradição.
Na sequência, a disciplina trabalhou, na visão de Alexandre Koyré, o abandono da concepção clássica medieval do Cosmos através da física moderna, iniciada por Galileu e terminada por Einstein, em que o Cosmos finito dos gregos é abandonado pela física moderna que concebe o Universo como infinito, além do destaque na diferença entre a física clássica e a física moderna em relação à interpretação matemática da natureza.
Também foi apresentada a influência que a preocupação com o método de investigação da ciência do Século XVI, trouxe para as discussões filosóficas do século seguinte, destacando duas grandes orientações filosóficas do pensamento moderno: o empirismo de Francis Bacon e o racionalismo moderno de René Descartes.
Salientou-se como destaque no Século XX, o surgimento da lógica matemática e suas consequências para o pensamento contemporâneo, destituindo a antiga concepção de que a lógica se resume a um simples exercício de raciocínio, passando a ser vista como um instrumento de fundamentação lógica em uma linguagem simbólica com justificativa científica.
Por fim, foram analisadas, a partir das obras de Ilya Prigogine e Isabelle Stangers, as diferenças conceituais entre “ciência clássica” e “novos paradigmas na ciência”. A ciência procura a diversidade e a riqueza qualitativa da natureza a partir do ponto de vista da experiência humana sem que haja uma nítida distinção entre realidade objetiva e subjetividade.

Para finalizarmos a semana e introduzirmos a disciplina, o Laboratório solicitava uma discussão sobre “O que é Filosofia? O que é Ciência?”. Segue uma de nossas respostas:


Em nosso cotidiano estamos envolvidos com crenças e valores que foram construídos ao longo de nossas vivências e, que de uma forma ou outra, influenciam nossa forma de pensar e conceber o mundo a nossa volta. São tão relacionadas à nossa vida que por vezes parecem ter nascido conosco.
Neste convívio, interagimos com pessoas e objetos rumo à uma única certeza, já bastante dialogada por Aristóteles: a felicidade. Por vezes, algo acontece e balança as nossas certezas fazendo-nos pensar, refletir sobre nossa vida e seu curso. Sentimos a necessidade de nos defender, pois, parece que fomos invadidos em nossas crenças e valores. Nos sentimos inquietos e indignados ou maravilhados e somos obrigados a rever nossos conceitos em busca de sobrevivência física ou moral e nos perguntamos porque as coisas são assim, ou como elas realmente são...até quando serão... é possível mudá-las? 
Nesse momento encontramos a tão desejada Filosofia! Saímos da nossa zona de conforto para a aventura do conhecimento, obviamente, de acordo com o contexto histórico que se vive. 
Entretanto, filosofar não é apenas refletir, mas pensar de forma crítica. Refletir saberes e valores já concebidos, estimulando a consciência de si e do mundo. 
Se pensarmos que a Filosofia Ocidental nasceu com os gregos, mais especificamente quando realizaram a passagem do pensamento mítico para a visão racional do mundo e do ser em si, veremos que a Razão - Logos fez-se fundamento da compreensão e interpretação dos fenômenos de então. Criaram, portanto, uma nova forma de ciência e pensamento. Uma jornada que se estende até hoje, dos procedimentos científicos à ciência em si.
A Filosofia da Ciência estudo e examina os métodos e os fundamentos da ciência, enquanto à própria Ciência cabe o direito de interrogar a natureza buscando compreendê-la, prevê-la e explica-la, baseada na observação e no experimento. Para tanto, utiliza da base empírica e de métodos lógicos para chegar às leis científicas, que, quando comprovadas, passam a ter valor universal. À Filosofia da Ciência cabe criar uma malha, cada vez mais fina para tornar as informações cada vez mais confiáveis e precisas.


Acompanhe conosco o vídeo de apresentação da disciplina: http://videos.ufes.br/video/0_x96qs078

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